Quando se fala de métodos contracetivos e fertilidade muitas vezes surgem mitos que não são verdade. Para isso a Dra. Ana Raquel Neves partilhou uma lista de quatro mitos que precisam de ser desmistificados.
Apesar de ser uma preferência entre muitos casais, que acreditam ser mais fácil alcançar a gravidez utilizando método contracetivos de barreira, em vez de medicamentos hormonais orais, nomeadamente a pílula. Entre os vários fatores que influenciam a fertilidade, os contracetivos não fazem parte, garante a Dra. Ana Raquel Neves, especialista em ginecologia do IVI Lisboa.
De forma a desmistificar algumas dúvidas sobre as contraceções, a médica partilhou uma lista de quatro afirmações sem fundamento científico, muito frequentes nas consultas:
“Comecei a tomar contracetivos muito nova, tenho a certeza que é difícil para mim engravidar”.
O tempo da toma de contracetivos orais não é um fator de prognóstico reprodutivo, nem um preditor de esterilidade futura. A idade e outras causas de esterilidade são os fatores mais importantes que influenciam este fenómeno.
“Os contracetivos esgotam a reserva ovárica e podem conduzir à infertilidade”.
Não esgotam, nem protegem. Muitas pessoas acreditam que estes medicamentos promovem a anovulação e evitam algumas ovulações adiando, assim, a menopausa. No entanto, isso não é verdade.
“Mesmo que pare de tomá-los, o período nem sempre volta”.
O período, normalmente, retoma após a suspensão da pílula, mesmo que por vezes possa demorar um pouco. Por outro lado, o DIU hormonal à base de progesterona ou a utilização contínua e prolongada da pílula, podem levar à ausência de período menstrual ou fluxo mais escasso, sem que isso esteja associado a infertilidade.
“É essencial descansar para «reativar» a fertilidade”.
A ovulação recupera após a suspensão do contracetivo, por norma. Caso isso não aconteça, pode indicar um problema de ovulação subjacente e carece de avaliação médica.