Peça teatral inspirada no diário da conhecida jovem de origem judaica vítima do Holocausto permite ver Anne Frank “como nunca foi mostrada”. Estreia no Coliseu do Porto no dia 18 e andará em digressão pelo País
Tantas vezes recriado em palco, o Diário de Anne Frank terá pela primeira vez em Portugal uma peça teatral musical de envergadura. Trata-se de “Anne Frank – O Musical”, um trabalho criativo de meses, com a assinatura da companhia Plateia d’Emoções, que envolve 30 profissionais de diferentes áreas técnicas e coloca em cena 16 atores para contar – e cantar – os últimos dias da autora do diário mais famoso do mundo.
A estreia acontecerá no mais icónico anfiteatro cultural do Porto, o Coliseu, às 17h30, e percorrerá o País nos próximos meses, em digressão (ver as datas já confirmadas em anexo).
Com texto e letras originais de Hélder Reis, conhecido profissional de televisão, a peça parte de uma ideia original de Fernando Tavares, alma pater da companhia de Vila Nova de Gaia, que assumiu também a direção artística, a cenografia e a encenação. Desenvolve-se por 20 cenas musicadas e expressa-se por 10 músicas originais, da autoria de André Ramos. Um músico que trabalhou com os maestros Sir John-Elliot Gardiner, Paul Daniel, Leif Segerstam, entre outros, e com percurso pela London Symphony Orchestra, Philharmonia Orchestra, London Arts Orchestra e Hong Kong Sinfonietta, além das colaborações desenvolvidas para os musicais “Fame”, “Scents of Light”, “Rent”, “Grease”, “Lion King” e, igualmente, a versão portuguesa de “Jesus Christ Superstar”, de Filipe la Féria.
Centrada nos episódios mais marcantes de uma das obras de não ficção mais lidas em todo o mundo, “Anne Frank – O Musical” tem um início imaginado pelo diretor da Plateia d’Emoções, com base numa foto do pai de Anne, Otto Frank. E, como revela Fernando Tavares, opta por um final “muito emocional que fará a ponte para os atuais contextos de intolerância e conflito…”
“Conheça a força, a irreverência, a perseverança, o medo e o talento da jovem que escreveu o diário mais famoso do mundo”, através de um “musical único e envolvente, repleto de emoções e valores” e que permite ver Anne Frank “como nunca foi mostrada”, sublinha-se na sinopse. Com uma “composição musical apaixonante”, Anne Frank – O Musical explana uma “abordagem singular” sobre a obra que acabou por ser um “hino à amizade, ao amor, à família e à esperança de cada dia”. “Existiriam janelas tão abertas quando o mundo estava tão fechado? Será tão distante dos dias que hoje vivemos?”, questiona-se.
A cenografia da peça a estrear reconstitui o anexo secreto (hoje casa-museu) onde Anne Frank se refugiou durante mais de dois anos, em Amsterdão, juntamente com mais sete pessoas.
Criada em 2011, foi em 2015 que a Plateia d’Emoções se especializou em teatro musical, e, num concelho (um dos maiores de Portugal) que não dispõe ainda de um teatro municipal, desenvolve a sua atividade diária em instalações alugadas (300 metros quadrados), onde investiu e criou todas as condições técnicas exigíveis para os ensaios das suas produções.
A companhia desenvolve uma média de 150 espetáculos por ano (para uma mão cheia de produções teatrais). Porque aposta, essencialmente, no “desenvolvimento do público do futuro”, o seu “grande farol”, como reconhece o fundador, as suas plateias são constituídas por cerca de 85% de público em idade escolar. E, invariavelmente, as digressões das peças que (re)cria costumam levá-la a quase uma vintena de cidades.
“Queremos cultivar o hábito de ir ao teatro e é por isso, também, que não levamos as nossas peças às escolas, mas sim a instalações com todas as condições técnicas para a arte cénica desenvolver-se com a qualidade que os públicos merecem”, enfatiza Fernando Tavares.
Graças ao sucesso das produções ao longo dos nove anos de atividade, a companhia já conquistou alguns mecenas, que ajudam os projetos criativos da Plateia d’Emoções a ter cada vez mais qualidade e reconhecimento.
AGENDA:
‘Anne Frank – O Musical’
18 de fevereiro, 17:30h – estreia
De 20 de fevereiro a 1 de março, às 10h e às 14h30 – sessões para escolas
24 de fevereiro, às 21h30, e 25 de fevereiro, às 17h30 – sessões para público em geral
1.º semestre 2025
2.º semestre 2024
4, 5 e 6 novembro 2024, às 10h00 e às 14h30 – sessões para escolas
1.º Trimestre 2025