A endometriose, doença que afeta 1 em cada 10 mulheres no mundo, demora em média oito anos a ser diagnosticada

Embora a endometriose seja uma doença que afeta 1 em cada 10 mulheres no mundo, demora em média oito anos a ser diagnosticada. Este atraso deve-se, em alguns casos, ao gaslighting médico, termo que se refere à atitude de alguns profissionais de saúde que minimizam ou ignoram os seus sintomas. Por ocasião do Mês de Sensibilização para a Endometriose, a INTIMINA, empresa que oferece a primeira linha de produtos dedicados ao cuidado de todos os aspetos da saúde íntima feminina, procura sensibilizar para a importância do diagnóstico precoce para melhorar a qualidade de vida das mulheres que sofrem da doença.

A endometriose é uma condição na qual um tecido semelhante ao revestimento do útero cresce fora do útero, causando inflamação, cicatrizes e, em alguns casos, infertilidade. O diagnóstico tardio da endometriose causa anos de desconforto às mulheres que sofrem da doença, que muitas vezes se submetem a tratamentos desnecessários durante o processo.

“Uma das principais razões pelas quais a endometriose é diagnosticada tão tarde é que os seus sintomas, como dores menstruais intensas, fadiga e problemas digestivos, são frequentemente identificados como ‘normais’ ou confundidos com outras condições”, explica a Dra. Susanna Unsworth, ginecologista e especialista da INTIMINA.

Este fenómeno está relacionado com o gaslighting médico, que ocorre principalmente pela falta de tempo nas consultas ou pelo desconhecimento sobre determinadas doenças. Como resultado, muitas mulheres sentem-se desencorajadas a consultar um médico ou a insistir numa avaliação mais detalhada.

Como detetar se está a ser vítima de gaslighting no consultório médico?

Para evitar tornar-se vítima de gaslighting médico, é importante reconhecer alguns sinais de alerta. Alguns exemplos incluem:

• Quando um profissional de saúde descreve uma dor intensa como “normal” sem realizar testes adicionais;
• Se lhe disserem que os seus sintomas se devem ao stress ou ansiedade, sem considerar outras explicações;
• Se lhe forem prescritos analgésicos sem que seja investigada a causa real da dor;
• Quando sente que não está a ser levado a sério ou que a sua experiência está a ser minimizada.

Se já se sentiu assim, é essencial procurar uma segunda opinião e exigir uma avaliação médica completa.

Quebrando o silêncio

A crescente consciencialização sobre a endometriose, especialmente através de rostos conhecidos como as atrizes internacionais Emma Roberts ou Susan Sarandon e a importância do diagnóstico precoce levaram a melhorias nas técnicas de deteção e nas opções de tratamento. No entanto, é importante continuar a falar sobre este assunto para que as mulheres se sintam seguras quando vão ao médico caso apresentem sintomas.

A laparoscopia, a ecografia ou a ressonância magnética são alguns dos exames mais comuns para detetar a endometriose. No entanto, “os profissionais de saúde estão a concentrar-se cada vez mais no rastreio baseado em sintomas para uma deteção mais cedo”, explica a Dra. Unsworth.

Qual é o seu tratamento?

Para casos ligeiros, os analgésicos anti-inflamatórios podem ser muito eficazes. Além disso, a pílula contracetiva ou DIU também pode ajudar a limitar as flutuações hormonais que desencadeiam o crescimento da endometriose.

“Se os sintomas persistirem por mais de seis meses, apesar do tratamento, ou se a endometriose afetar a fertilidade ou outros órgãos, podem ser necessárias intervenções adicionais, incluindo cirurgia. Em casos graves, podem ser necessários tratamentos mais avançados, como injeções supressoras de hormonas ou, em casos raros, procedimentos cirúrgicos como a histerectomia”, refere.

Além disso, a Dra. Unsworth recomenda consultar um médico se tiver sintomas e prestar-lhes atenção, observando se estes se alteram ao longo do seu ciclo menstrual. Da mesma forma, para as mulheres que acreditam estar a sofrer gaslighting, é importante ser firme, insistir em mais testes e procurar uma segunda opinião.