Com a chegada da mudança de estação, muitos animais de estimação iniciam o seu processo natural de mudança de pelo. Esse fenómeno, que permite renovar o pelo para se adaptar às variações de temperatura e luz, pode causar preocupação nos donos quando observam uma queda mais acentuada.

No caso dos gatos, além disso, o aumento da autolimpeza favorece a ingestão de pelos, o que pode resultar na formação de bolas de pelo ou em distúrbios digestivos.

“Durante as transições sazonais, é fundamental observar qualquer alteração na pele ou no comportamento do animal de estimação”, afirma Ana Hernández, veterinária da Sanitas, empresa ibérica pertencente à seguradora BUPA. “O pelo funciona como uma barreira de proteção contra agressões externas, pelo que alterações como perda de brilho, irritação ou prurido frequente podem ser sinais precoces de desequilíbrios nutricionais, alergias ou presença de parasitas”, acrescenta.

Embora a intensidade da muda varie de acordo com a espécie, a raça ou as condições ambientais, este processo é regulado por fatores como a luz solar, a temperatura e as hormonas. Em animais que vivem em ambientes fechados, a exposição constante ao aquecimento ou ao ar condicionado pode alterar o ciclo natural de crescimento do pelo, causando uma queda mais irregular ao longo do ano.

 Perante a mudança sazonal, os especialistas da Sanitas recomendam seguir algumas orientações simples:

·       Escovagem regular: durante as semanas de muda, aumentar a frequência da escovagem é fundamental para eliminar os pelos mortos e favorecer a oxigenação da pele. Esta rotina melhora a circulação sanguínea e permite detetar pequenas feridas ou áreas com menor densidade de pelo.

·       Escolher a escova adequada: nem todas as escovas servem para todos os tipos de pelo. As escovas com cerdas macias são mais adequadas para animais de pelo curto, enquanto os pentes ajudam a remover a subcamada das raças de pelo comprido ou de dupla camada.

·       Nutrição equilibrada: a aparência do pelo está diretamente relacionada com a alimentação. Uma dieta rica em ácidos gordos, ómega-3 e ómega-6, vitaminas do complexo B e proteínas de alta qualidade ajuda a manter a elasticidade e o brilho do pelo. Em animais com pele sensível ou tendência para a queda, os suplementos formulados especificamente para a saúde dermatológica podem ser uma mais-valia, sempre sob recomendação veterinária.

·       Banhos moderados: o banho ajuda a eliminar o excesso de pelos e a manter a higiene, mas deve ser feito com a frequência adequada e utilizando produtos adequados à espécie e ao tipo de pele. Nos cães, um banho mensal geralmente é suficiente, enquanto nos gatos domésticos só é recomendado quando realmente é necessário. A lavagem excessiva pode eliminar a gordura natural que protege a pele e causar secura ou comichão.

“Muitas vezes observamos que muitos problemas de saúde são detetados graças à observação diária em casa”, destaca Ana Hernández. “Dedicar alguns minutos para verificar o aspeto geral do animal, o seu comportamento ou o seu apetite permite identificar precocemente alterações que, tratadas de forma preventiva, são resolvidas de forma mais simples e menos invasiva”, conclui.