A adaptação cinematográfica, que impulsionou o movimento #MeToo, oferece uma história recente e sensível a todos os espetadores.
Hollywood foi atingido como uma bomba quando alegações de assédio sexual e agressão, contra o super produtor Harvey Weinstein, foram publicadas no The New York Times e The New Yorker em outubro de 2017. Agora, e após a publicação de um livro, “She Said” estreou esta quinta-feira, dia 17 de novembro, nos cinemas portugueses e nos cinemas americanos esta sexta-feira, dia 18.
Harvey Weinstein é um ex-produtor de cinema de 70 anos que fundou o estúdio cinematográfico Miramax Films Corporation com o seu irmão, que depois passou a The Weinstein Company. Porém, a reputação de Harvey foi severamente prejudicada após surgirem relatos em 2017 do suposto assédio sexual a mulheres. Em 2020, Weinstein foi condenado a 23 anos de prisão após ter cometido atos sexuais criminosos e violação.
Este dramático relatório do artigo do The New York Times levou ao desmoronamento do ex-produtor de cinema e ajudou a estimular o movimento #MeToo, que é uma ação social contra o abuso e o assédio sexual, e a violação, no qual as pessoas divulgam situações pelas quais passaram.
Agora, “She Said”, torna-se numa adaptação cinematográfica da diretora alemã, Maria Schrader, do livro do mesmo nome das jornalistas do The New York Times, Jodi Kantor e Megan Twohey de 2019, sobre a investigação a Harvey. Baseada na investigação vencedora do Prémio Pulitzer feita por estas jornalistas, esta serviu para quebrar a história do co-fundador dos estúdios cinematográficos.
Embora a história seja recente, esta vale a pena repetir no filme pela incrível bravura das mulheres que se apresentaram e das jornalistas que contaram a sua história.
Zoe Kazan e Carey Mulligan interpretam Kantor e Twohey, respetivamente, neste drama jornalístico. O roteiro, de Rebecca Lenkiewicz, é denso e erra do lado de ser cuidadoso, mas há uma tremenda pressão para acertar exatamente.
O ênfase em “She Said” está no processo de reunir informações e evidências, e demonstra como as jornalistas fizeram exatamente isso com a ajuda da sua equipa no The New York Times.
“Uma das razões pelas quais nos sentimos tão honradas com este filme é que resume o nosso ideal de jornalismo”, explicou Jodi Kantor após a projeção. “Há muito tempo que somos jornalistas, mas o caso Weinstein, de alguma formas destaca tudo aquilo em que acreditamos”, acrescentou.
A longa-metragem é exibida pela Universal Pictures e tem Brad Pitt entre os seus produtores.