Pela primeira vez na história, mulheres vão ser nomeadas para o Comité do Vaticano.
O Papa Francisco assume a vontade de atribuir a mulheres mais cargos de poder na Santa Sé. Para contrariar a ideia de que existem “cargos masculinos”, revelou que pretendia nomear mulheres para o comité do Vaticano, que atualmente é apenas constituído por homens. “Duas mulheres vão ser nomeadas para o comité que elege os bispos”, diz o Papa Francisco numa entrevista exclusiva à Reuters, no dia 2 de julho. A decisão não foi anunciada oficialmente, mas se tal se concretizar será a primeira vez que o género feminino vai poder intervir na seleção dos bispos do Mundo.
A vontade de dar voz às mulheres e de poder melhorar o panorama atual do papel das mulheres na hierarquia do Vaticano, foi um dos temas que o representante máximo da Igreja Católica discutiu na entrevista. “Estou aberto a dar às mulheres uma oportunidade”, diz o sumo-pontífice quando se abordava a questão de uma nova constituição para a administração central, conhecida por Cúria.
A Cúria entrou em vigor no mês passado e permite a qualquer católico batizado, independentemente do género, dirigir a maioria dos departamentos do Vaticano. Em consequência, Raffaella Petrini foi nomeada para número dois da governação do menor Estado do mundo. Foi a primeira mulher a ser nomeada para um cargo de tão elevado poder na Igreja Católica.
O atual Papa já nomeou várias mulheres, tanto freiras como não-freiras, para diferentes departamentos do Vaticano. Em 2021, nomeou a freira italiana Irmã Alessandra Smerill para um lugar no gabinete de desenvolvimento do Vaticano e Nathalie Becquart, membro francesa das Irmãs Missionarias Xaviere como co-secretária do Sínodo dos Bispos.
Entre as mulheres não-freiras que já ocupam cargos importantes no Vaticano, contam-se ainda Barbara Jatta e Cristiane Murra, diretora dos Museus do Vaticano e a vice-diretora do Gabinete de Imprensa do Vaticano, respetivamente. Ambas foram nomeadas pelo Papa Francisco.
Artigo por Sara Teixeira