O IMPACTO DO DESPORTO NA SAÚDE MENTAL

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O IMPACTO DO DESPORTO NA SAÚDE MENTAL

A atividade física pode ser um fator de especial relevância para o seu bem-estar. Saiba os motivos.

Fazer desporto e ter uma rotina de hábitos saudáveis envolve muito mais que o desejo por um corpo atlético e atraente. Praticar alguma atividade física tem impacto em todas as áreas da nossa vida.

O desporto está intimamente ligado à nossa saúde mental, mesmo que a conexão entre ambos não seja óbvia ou imediata. As endorfinas e outras hormonas ligadas à felicidade que são libertadas após um treino e o simples facto de a nossa mente se desconectar dos problemas do quotidiano fazem da atividade física uma boa aliada à saúde emocional. Como se sente imediatamente após um treino? Embora cansado, não se sente mais positiva e produtiva? Para compreender o impacto do desporto na saúde mental de quem o pratica, conversámos com um personal trainer, um atleta e com uma psicóloga desportiva.

Existem diversas patologias mentais que precisam mais que atividade física para se conseguir reparar em algumas melhorias, mas em alguns casos de saúde mental fragilizada, o desporto pode ser chave ou um pilar importantíssimo.  A ansiedade, a depressão, os ataques de pânico, o stress ou mesmo um dia que correu menos bem podem entrar como razões para a prática frequente de desporto.

O ARRANQUE: UM MOTIVO PARA ADERIR À ATIVIDADE FÍSICA

Para aderir a qualquer coisa na nossa vida tem que haver uma motivação mínima ou objetivos a alcançar. No caso, os motivos para praticar desporto podem ser vários. Há quem procure melhorar o aspeto fisico, a saúde física, a postura, entre outras razões. O certo é que a motivação vai influenciar diretamente a adesão e a qualidade da execução dos exercícios. Segundo Marina Pousão, psicóloga desportiva, “o começo pode ser duro e difícil”, mas “existem táticas e formas de o tornar mais fácil”

Não é segredo para ninguém que uma boa saúde física, emocional e mental pode e deve vir acompanhada por alguma atividade física. Seja esta das mais variadas formas: idas ao ginásio, caminhadas, corridas, etc. Apesar de ser uma realidade que a sociedade tem consciência, muitos permanecem sedentários e a negligenciar esta vertente. A isso deve-se a falta de motivação, foco, tempo, ou mesmo emocional. “A falta de motivação para a execução de tarefas ou para mudar de hábitos, é uma das expressões da depressão. Para as pessoas com depressão, torna-se difícil iniciar a prática desportiva. É necessário um motivo ou um puxão. Este puxão pode ser simplesmente uma companhia para ir treinar“, explica Marina.

Há quem prefira treinar em casa, na rua e em ginásios. Nenhuma das formas inválida, apenas dependente do estilo de vida e das preferências de cada pessoa. No caso, Ricardo Ferreira, Diretor do Fitness24, rede de ginásios, explica que “treinar num ginásio providencia melhores condições para que uma pessoa consiga treinar de uma forma mais eficaz. Ter o apoio dos nossos profissionais e a envolvência de um ginásio constituem duas grandes motivações.”

CONFIANÇA: UM PASSO PARA NOS SENTIRMOS MELHOR

Carina Fortes tem 25 anos e frequenta o ginásio há cerca de um ano. Entrou com 40 quilos a mais, sem auto-estima e com níveis de stress e ansiedade elevados. “Decidi começar a treinar porque, já não conseguia gostar daquilo que via no espelho. Apesar de ser jovem, estar com aquele peso todo fazia com que sentisse que era muito mais velha. Ficava cansada, frustrada e stressada com relativa facilidade“, conta. A motivação desta jovem foi a de poder mudar o seu estilo de vida, ao alcançar um peso ideal e conhecer todas as portas que isso podia abrir.

O desejo por uma melhor auto-estima aliado ao desporto traduz-se, após os resultados começarem a ser notados, em consequências positivas para todas as áreas da saúde. Carina conta que o início foi complicado e um verdadeiro choque, só que a ajuda de um Personal Trainer foi um fator de especial para construir o seu ritmo de treinos e ver resultados.

“Não existem treinos específicos para melhorar a saúde mental e emocional. Os exercícios são adaptados aos desejos e necessidades dos alunos, porque, nem todos querem alcançar o mesmo. Há quem queira emagrecer e quem, pelo contrário, queira aumentar o peso e ganhar massa muscular. Ainda existem pessoas que nos procuram porque têm dores ou porque reparam que precisam de desligar das suas duras profissões. O que é certo é que quando apanham o ritmo, alcançam muito mais confiança em si mesmos. Percebem que conseguiram e que são capazes”, expõe Henrique Jacinto, Personal Trainer no Fitness 24.

UM VÍCIO QUANDO SE TORNA HÁBITO

“O exercício físico pode se tornar um verdadeiro tratamento para o nosso emocional. Praticá-lo de forma regular pode elevar a autoestima, reduzir os níveis de stress e de ansiedade e melhorar a qualidade de vida. Alguma vez se questionou o porquê de algumas pessoas serem tão devotas aos treinos e quase parecer que ficam maldispostos quando não vão treinar?  Quando o hábito está lá, isto acontece efetivamente “, explica Marina Pousão, psicóloga desportiva.

A atividade física promove a libertação de hormónios como a serotonina. Esta dá-nos a sensação de dever cumprido e de uma certa felicidade. A partir do momento que uma pessoa ganha o hábito e assume de facto o compromisso de treinar, a sensação é de que se está a falhar quando se falta a um treino. Trata-se de um contra-senso, mas que acontece com alguma frequência. Treina-se, esforça-se o físico e sai-se cansado, mas existe o desejo de passar por aquela sensação, porquê?

Treinar pode se tornar um vício. Para além do fator de habituação e de normalização de rotinas presentes no ser-humano, muitas vezes, as pessoas olham para o treino como um momento em que vão poder desligar. “O treino e a sua intensidade fazem com que uma pessoa se possa desconectar dos problemas com que tem de lidar no dia-a-dia. Às vezes, é apenas isso que uma pessoa quer”, reitera a psicóloga Marina Pousão.

“Depois de um treino com o Henrique (Personal Trainer), fico completamente morta e destruída, mas ao mesmo tempo sinto-me bem. Ele puxa por mim, acredita que eu sou capaz e isso só me dá mais vontade de continuar. Quando não consigo vir treinar, parece que fico até de consciência pesada. Apesar de saber de saber que me vai gostar, eu gosto daquele momento“, comenta Carina.

SAÚDE MENTAL: UM TABU QUE TEM VINDO A DESAPARECER

Os tabus envolvidos na saúde mental dos cidadãos vêm a desvanecer conforme os anos vão passando. Cada vez mais se atribui importância à saúde mental e se humaniza os problemas psicológicos. Segundo o Instituo de Saúde da Universidade do Porto, durante a pandemia uma em cinco pessoas sofreram sintomas de ansiedade e depressão.  Em 2019, Portugal também se encontrava no Top 3 dos países com maior incidência destas duas doenças. Dados esses recolhidos pelo Estudo Global de Carga de doenças do Instituto para Métricas e avaliações da Saúde. de Doenças, Instituto para Métricas e Avaliações de Saúde.

A pandemia, acompanhada por confinamentos que nos deixaram em casa e impossibilitados de estar em contacto social, fez com que as pessoas percebessem o com bom e necessário é o desporto. Em casa, condicionados pelas quatro paredes e pelos moveis, acabámos por nos aperceber o quão aborrecido se pode tornar ficar em casa sentado num sofá. “Houve uma altura em que ir levar a passear se podia tornar o ponto alto do dia“, diz Marina. Paradas e confrontadas com o tédio, surgiram mais pessoas a fazer exercício e a tentar implementar um estilo de vida mais saudável. Mal os ginásios poderão abrir novamente a adesão também foi maior.

Estará a sociedade a abrir um caminho para uma maior compreensão sobre a saúde mental dos cidadãos, aliando-a ao desporto? Uma motivação, um objetivo e uma rotina que permita acrescentar os treinos, pode fazer especial diferença na sua qualidade de vida.

Artigo por

Sara Teixeira

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