Deveria ter sido paz, música e amor, mas esta recriação do êxito Woodstock 1969, foi tudo menos isto.
Este documentário conta a história daquele festival que tinha tudo para ser paz e amor, mas acabou por se transformar num mundo de motins, lutas, violações e onde o chão foi substituído por sujidade e poças de excremento. A primeira versão do Woodstock Festival foi nos anos 60, onde imperavam as flores, os vestidos fluidos e um ambiente de paz e amor partilhado pelos hippies, que marcaram esta década. Foi no ano de 1969 que uma fazenda de 240 hectares perto da cidade de Woodstock recebeu mais de trinta artistas, entre os quais The Who, Jefferson Airplane, Santana, Joan Baez e The Grateful Dead. Durante três dias os festivaleiros dançavam e passeavam em peças denim acid wash, calças de camurça, coletes de crochê, tops de macramé e t-shirts e vestidos tie-die, mas também houve quem optasse por “vestir” a nudez. Esta primeira edição foi um êxito e foi considerado o “pai” dos festivais de música em todos os tempos.
Com a vontade de recriar este ambiente de paz, amor e música que se viveu nestes três dias de festival, a organização voltou a apostar neste conceito, passado trinta anos. Contudo, o ambiente feliz foi substituído por conflitos, motins e violações. Esta série documental tem três episódios e conta com entrevistas a vários dos intervenientes do festival, e a jovens que testemunharam a sua experiência no Woodstock 99. Entre os convidados podemos destacar Jonathan Davis, da banda Korn; Jewel; Fatboy Slim; Gavin Rossdale, dos Bush; e Michael Lang, organizador do evento que faleceu em janeiro deste ano, 2022.
Ficam as perguntas: Porque é que a geração de 99 não seguiu o exemplo de paz e amor dos jovens de 69? Como é que um festival onde a mensagem era viver-se dias de paz e harmonia, acabou em cinzas? De quem foi a culpa? da organização? ou dos 400 mil jovens que se queixaram da falta de condições que o festival prometia e não cumpriu? Este é um documentário muito interessante que explica tudo sobre este fiasco. O documentário está disponível na Netflix.
Artigo por Francisca Pinheiro