São muitas as pessoas que consideram que o cabelo cresce mais ou e é mais saudável durante uma determinada fase da lua, seguindo o calendário lunar. Será que há alguma verdade nesta questão ou é apenas um mito?
O calendário lunar constitui uma forte referência na história da humanidade. A sua interpretação, associada à sabedoria popular, baseada na observação, acabou mesmo por se tornar a justificação para as mais variadas questões ligadas à saúde e bem-estar. Nos primórdios, o sol e a lua eram os únicos recursos para contabilizar o tempo, o que acabou por exercer uma forte influência nos estilos de vida e comportamento das pessoas, algo que ainda hoje está presente sob a forma de crenças profundamente enraizadas.
Existem muitos mitos em torno do crescimento do cabelo e da sua relação com a lua. Um dos mais difundidos é o que este crescerá mais depressa se cortado durante a fase de lua cheia. Segundo a cultura popular, esta é a melhor altura para fazer crescer um cabelo mais saudável e mais forte. Por outro lado, há quem refira que se o fizer durante a fase minguante da lua, o cabelo crescerá mais lentamente. A realidade é que não há evidencias científicas que comprovem estas crenças. Os ciclos lunares não afetam de modo direto o crescimento do cabelo que cresce, aproximadamente, cerca de meio a um centímetro por mês, independentemente da fase lunar.
Com a lua excluída como aliada para estimular o crescimento do cabelo, restam-nos as provas científicas: a genética, as hormonas e a idade são as verdadeiras responsáveis da nossa saúde capilar. Os hábitos alimentares também influenciam fortemente o crescimento e fortalecimento capilar, sendo a biotina, as vitaminas A, C e E, o ferro e o zinco alguns dos nutrientes que não devem faltar numa alimentação saudável.
Os hábitos diários e os cuidados do nosso cabelo também podem marcar a diferença entre um cabelo saudável que cresce forte e a bom ritmo e outro débil e frágil. Além disso, é recomendável evitar uma excessiva exposição solar, proteger o cabalo do frio, vento e humidade, não utilizar instrumentos agressivos ou altas temperaturas, ter cuidado ao pentear o cabelo ou ao usar chapéus e capacetes e utilizar sempre produtos capilares de qualidade.
A genética e as hormonas influenciam a evolução do nosso cabelo. Cada pessoa é geneticamente única, com uma determinada capacidade de produzir hormonas e fazê-las funcionar. Neste sentido, no caso das mulheres, a influencia hormonal é, normalmente, uma das principais causas da alopécia feminina, juntamente com a componente genética, que também está na origem da tão comum alopécia androgenética. Sem dúvida, a predisposição que temos será fundamental para determinar se vamos sofrer de calvície ou, pelo contrário, vamos disfrutar de um cabelo cheio e saudável ao longo da vida. Se resumirmos a questão hormonal, a causa está numa alteração de alguma destas três hormonas: testosterona, estrogénio e a DHT. São as responsáveis do crescimento do cabelo, pelo que, se o seu equilíbrio for perturbado, o cabelo tenderá a tornar-se mais fraco.
Por outro lado, algumas doenças podem dificultar o crescimento correto do cabelo e até provocar a sua queda. É o caso dos problemas de tiroide, que causam a alopecia areata. Outras doenças, como a diabetes, o lúpus, a micose ou a tricotilomania, têm uma forte influência na saúde do nosso cabelo.
Do mesmo modo, alguns medicamentos para a depressão, cancro, artrites, problemas cardíacos, pressão arterial podem desencadear a queda de cabelo, tal como os tratamentos de radioterapia na cabeça ou a quimioterapia. O crescimento do cabelo também pode ser influenciado por traumas físicos ou emocionais. Nesta linha, devemos salientar o papel do stress na saúde do cabelo: pode estar na origem de uma perda acentuada de cabelo e do seu enfraquecimento. É o chamado eflúvio telógeno, que desaparece quando o fator de stress é eliminado.