Margarida Moreira: “Confesso que estou numa fase da minha vida em que me apetece fazer cinema”

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Margarida Moreira: “Confesso que estou numa fase da minha vida em que me apetece fazer cinema”

Margarida Moreira

créditos: Mário Galiano

Margarida Moreira é conhecida pelos seus trabalhos em teatro, televisão e cinema. A New Woman falou com a atriz acerca do seu percurso profissional e sobre a reabertura do Teatro Turim.

O público rendeu-se ao talento da atriz Margarida Moreira que ficou conhecida no filme “Maluda” onde foi protagonista. Porém, foi no teatro que começou o seu percurso profissional tal como a sua irmã gémea. Já passou pela televisão participando na novela “A Teia” da TVI, mas hoje, os seus trabalhos têm sido sobretudo em cinema. Além disso, faz parte da associação cultural “Meia Palavra Basta” que vai estrear a sua primeira produção no próximo ano.

Faz parte do projeto “Meia Palavra Basta”, uma associação cultural no qual com outros atores vão ser criados vários projetos. Como surgiu a ideia?

Fui convidada a fazer parte deste grupo de teatro através de um colega, com quem já trabalhei algumas vezes, o Ricardo Barbosa. Esta associação surge da necessidade de criar os nossos próprios projetos. A verdade é que em Portugal existem companhias subsidiadas e para nós, atores, nem sempre é fácil entrar dentro do seu circuito. Desde muito cedo que os atores em Portugal precisam de criar as suas próprias companhias e projetos para poderem desenvolver a sua arte. Temos de ser polivalentes e fazer um pouco de tudo, desde a produção, aos figurinos, etc.

A nossa associação surge, acima de tudo, da nossa necessidade de sonhar, aliada a uma vontade enorme de criar. A nossa associação” Meia Palavra Basta” é composta por quatro atores, eu, o Ricardo Barbosa, o Francisco Beatriz e o Luciano Gomes. Temos um belo grupo e acho que temos tudo para deixar a nossa marca. Neste momento, somos a companhia residente do Teatro Turim e vamos estrear em março a nossa primeira produção, “Não fui eu” escrita e encenada pelo João Ascenso.

“Acima de tudo, esta reabertura do Teatro Turim, é ver o legado do meu pai continuar e ser honrado”

Um dos projetos passou pela reabertura do Teatro Turim que tem um significado especial para si, pois era um espaço do seu pai. O que sentiu ao ver o teatro aberto novamente? 

Foi muito emotivo, principalmente por causa da partida do meu pai. O espaço estava fechado, pois estava a precisar de muitas obras. Estas acabaram por acontecer mais tarde pelas mãos da Junta de Freguesia de Benfica que ficou à frente do espaço. A Junta de Benfica, encabeçada pelo presidente Ricardo Marques, Carla Cruz e a sua restante equipa fizeram um trabalho incrível com o espaço. Conseguiram manter o espírito intacto do Teatro Turim. Apesar de estar virado para o futuro, é também um espaço onde se viaja ao passado. Acima de tudo, esta reabertura do Teatro Turim, é ver o legado do meu pai continuar e ser honrado.

Ele criou o Cinema Turim e mais tarde o Teatro Turim e eu estava em ensaios quando o presidente Ricardo Marques veio dizer-me que iam dar o nome do meu pai, Afonso Moreira, à sala de espetáculos… E não tenho palavras suficientes para descrever o orgulho e a emoção que senti e sinto. O meu pai foi, é e será sempre um exemplo de grandeza, retidão, empreendedorismo, de generosidade, mas, acima de tudo, um pai que fazia tudo pela sua família. Um exemplo de Amor. Foi, é e será sempre o meu alicerce, a minha base, o meu princípio, o meu meio e o meu fim.

Contracenou com a sua irmã gémea no filme “Diamantino”, vencedor do Grande Prémio na Semana da Crítica do Festival de Cinema de Cannes. Como foi trabalhar com a sua irmã?

Foi bom. Pela primeira vez fizemos de gémeas. Tenho pena que isso não seja mais aproveitado. Existe uma cena no filme que quando vi fiquei confusa sobre quem eu era. Foram segundos, mas nunca me tinha acontecido. O Gabriel Abrantes e o Daniel Schmidt são geniais e tenho muito orgulho nesse filme e do percurso que teve.

“É muito bom poder criar e sou uma privilegiada por fazer o que mais amo”

O seu percurso profissional tem passado pelo teatro, cinema e também televisão. Qual das áreas mais gosta de trabalhar?

Gosto de todas e sou feliz a fazer todas. Confesso que estou numa fase da minha vida em que me apetece fazer cinema.

Participou na série “Lúcia – A Guardiã do Segredo” que estreou na OPTO em agosto. Como foi a experiência na minissérie?

Tive uma participação muito pequena, mas fiquei muito feliz pois ia trabalhar novamente com o Jorge Paixão da Costa, depois de termos feito o filme “Maluda”. Todo o universo da minissérie é muito interessante e toda a história que envolve a irmã Lúcia, com os segredos e as visões, dá vontade que seja ainda mais desenvolvido e explorado. Acho que ainda existe muito por contar e explorar sobre esta história se tirarmos da equação a igreja católica.

Atualmente está a gravar para o filme “Cândido” que conta a história de um treinador e jornalista antifascista que se envolveu em espionagem, na Segunda Guerra Mundial. O que pode contar sobre este projeto?

O filme, que dará origem também a uma série, é sobre a história verídica do Cândido de Oliveira, que foi jogador de futebol, treinador, dirigente e selecionador de futebol e jornalista desportivo. Fundou o jornal A Bola em 1945. Foi também um corajoso antifascista e um homem íntegro. Esteve longos períodos em prisões políticas fascistas e no campo de concentração do Tarrafal. É uma das figuras mais importantes do futebol do século XX e merece que as pessoas conheçam a sua história.

Partilhou recentemente na sua conta de Instagram um dos dias de gravações do filme “Cândido” ao lado da atriz Mariana Monteiro. O que está a achar das gravações?

É muito bom poder criar e sou uma privilegiada por fazer o que mais amo. É, de facto, muito bom voltar a trabalhar sob a direção do Jorge Paixão da Costa e dar vida a esta mulher que interpreto. É um filme de época e é sempre bom viajar no tempo e conhecer outras realidades.

“Dar vida a alguém que existiu na realidade é de muita responsabilidade”

Depois de tantos projetos, qual foi o papel mais desafiante que teve?

Não sei responder a essa pergunta. Desafiantes são todos. Mais trabalhoso, foi para a novela “A Teia” da TVI. Nesse projeto, tive de aprender língua gestual e, muitas vezes, ao fim de semana recebia vídeos com a professora em língua gestual para aprender e decorar para toda a semana. Isto tudo, para além de decorar o texto oral, que já era muito. Agravava a língua gestual ser diferente da verbal e serem ditas ao contrário uma da outra.  Por exemplo, oralmente eu dizia “Eu não tenho fome” e em língua gestual eu dizia “Eu fome não tenho”… era uma verdadeira ginástica mental. Foi muito desafiante! Durante 6 meses dormi uma média de 4 horas por dia para estudar e estrar preparada.

Para além disso, estava a fazer espetáculos de Teatro imersivo “Os Ímpios” de Michel Simeão à noite e que acabava muito tarde. Não sei como consegui, mas faria tudo de novo. Outro projeto muito desafiante foi a “Maluda”, por ser uma história verídica e biográfica. Dar vida a alguém que existiu na realidade é de muita responsabilidade. Houve muitas pessoas que conheceram a Maluda que no fim vieram dizer que a viram no filme desde o primeiro segundo. Isso deixou-me muito emocionada e feliz.

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