Ovsyannikova já se tinha expressado publicamente quanto à sua fuga, sabe-se agora que está num país europeu.
Marina Ovsyannikova, a jornalista que se tornou mediática após manifestação durante uma emissão televisiva em horário nobre, encontrava-se em prisão domicialiária condenada por um segundo protesto em frente ao Kremlin, mas conseguiu fugir rumo à Europa.
A jornalista, acusada de “desacreditar o exército russo”, fez-se ainda acompanhar da sua filha e está agora numa lista de procurados.
“Elas estão bem. Estão à espera para poderem falar publicamente. Mas por enquanto não é seguro”, disse Dmitry Zakhvatov, o advogado de Ovsyannikova, ao The Guardian.
Recorde-se que Marina interrompeu a transmissão a 14 de março, segurando um cartaz onde podia ler-se “parem a guerra, não acreditem na propaganda, eles estão a mentir-vos”, como consequência foi despedida e condenada a pagar uma multa de 256 euros.
Posteriormente, a 17 de julho levou a cabo um novo protesto solitário, onde erguia nas mãos uma cartolina com frases acusatórias ao Presidente Russo: “Putin é um assassino. Os seus soldados são fascistas. 352 crianças morreram. Quantas mais crianças precisam de morrer para parar?”, indagou. A 11 de Agosto foi-lhe decretada prisão domiciliária, onde tornou a levantar um cartaz antes do julgamento com a seguinte frase: “que as crianças mortas te assombrem nos teus sonhos”.
À data de 5 de outubro, através do telegram, a jornalista russa já tinha dado indícios de que a sua “liberdade” tinha sido posta em marcha e, inclusive, desapareceu da casa onde estava a cumprir prisão com pulseira eletrónica no dia 1 de outubro.
“Considero-me completamente inocente e, como o nosso estado se recusa a cumprir suas próprias leis, a partir de 30 de setembro de 2022, recuso-me a cumprir a medida preventiva na forma de prisão domiciliar e liberto-me dela”.