Lisboa é a oitava escala da Expedição Ásia 2022/2023 do navio Götheborg. Pode visitá-lo até 9 de setembro no Cais Conde de Óbidos, em Alcântara.

Para não passar despercebido na sua primeira vinda a Lisboa, o Götheborg disparou uma salva de tiros quando passava pela Torre de Belém às 10:00 da manhã. Esta salva de tiros virou tradição, mas inicialmente servia para indicar aos diferentes povos que aquele navio chegava em paz e com nenhuma vontade de causar distúrbios.

O navio marcou a sua chegada oficial às 11:00 no Cais Rocha Conde de Óbidos, em Alcântara. Neste momento, atracado a este cais, o veleiro está aberto às visitas dos mais curiosos. Também está disponível uma exposição sobre a sua história. Saiba mais informações no site.

EXPEDIÇÃO ÁSIA 2022/2023

Lisboa é a oitava escala da Expedição Asia 2022/2023. O veleiro partiu a 8 de junho de 2020 de Gotemburgo e já passou por Helsingborg, Helsínquia, Estocolmo, Copenhaga, Oslo, Londres e Bemerhaven. A próxima paragem será Málaga e a última será Xangai, em setembro de 2023. O objetivo desta expedição é o de promover relações comerciais entre a Europa e a Ásia e usar o navio como uma plataforma única para empresas e parceiros, de modo a criar oportunidades de negócios. 

Segundo o Diretor da Expedição do Götheborg of Sweden, Kristoffer Bennis, Lisboa era uma paragem obrigatória devido ao seu historial enquanto metrópole marítima. “Tem uma forte história marítima, algo que se relaciona bem com os nossos objetivos de promover o comércio e usar o navio como plataforma para os nossos parceiros. Fomos muito bem recebidos tanto pela Câmara Municipal de Lisboa como pela Câmara de Comércio Luso-Sueca”, explica o diretor da expedição. 

CANDIDATOS A TRIPULANTES

A tripulação relembra que, para além de estar convidado a conhecer a história do navio também pode fazer parte dela como um membro da tripulação na rota Lisboa-Málaga e nos restantes percursos. Para se candidatar basta ser maior de idade, saber falar inglês fluente, passar em alguns testes físicos específicos e ter a coragem de subir o mastro. Neste momento, o navio conta com 20 tripulantes profissionais e com os outros 50 cidadãos comuns.

Diogo Onoff, 18 anos, natural de Lisboa embarcou no navio sueco como tripulante pela curiosidade e vontade de viver uma aventura diferente e ousada. “Está a ser espetacular. Queria uma aventura diferente e, sem dúvida, que a vivi neste navio. A minha viagem com o Götheborg termina aqui, mas honestamente não me importava nada que durasse um pouco mais”, comenta Diogo.

HISTÓRIA

O Götheborg é uma réplica em tamanho real de um navio que pertenceu à Companhia Sueca das Índias Orientais do século XVII. Este navio afundou e encalhou ao largo de Gotemburgo em 1745. Foi em 1995 que se iniciou a construção de um novo Götheborg e oito anos depois em 2003, o navio foi lançado ao mar. É de notar que vários dos elementos presentes traduzem muito da realidade do antigo navio. As cordas, a estética e a bandeira são antigos e muito do que se vê neste veleiro foi feito à mão. “Há muito poder humano por trás deste navio”, diz Kristoffer Bennis.

Artigo por Sara Teixeira