FEDERAÇÃO ALEMÃ DE FUTEBOL ACUSADA DE DESIGUALDADE SALARIAL

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FEDERAÇÃO ALEMÃ DE FUTEBOL ACUSADA DE DESIGUALDADE SALARIAL

O Bónus das jogadoras corresponde a 15% daquilo que os homólogos masculinos receberam no Euro de 2021.

A seleção Alemã de Futebol Feminino tem dominado a competição europeia de futebol feminino. O Euro feminino da UEFA (Union European Football Associations) é o maior torneio da Europa e das 12 competições femininas, oito foram ganhas pela Alemanha.  Apesar do sucesso das jogadoras nas edições do torneio, ainda não se verifica igualdade salarial em relação à equipa masculina.

Se a seleção de futebol feminino da Alemanha vencer a competição novamente, cada uma das jogadoras da equipa vai receber 60 mil euros. Trata-se de um recorde de bónus de pagamento, mas algo ressalta. No ano passado, os jogadores da seleção masculina receberam 400 mil euros. Isto significa que a Federação Alemã de Futebol investe mais 85% na equipa masculina do que na feminina. Esta diferença salarial coloca os alemães atrás do movimento global do futebol em caminho à igualdade de género.  

O tema veio ao de cima em maio, quando a equipa de Futebol Feminino dos Estados Unidos celebrou um novo acordo que cimentou a igualdade salarial com a equipa masculina. A jogadora americana Megan Rapinoe considerou que este é um avanço e uma vitória “para as jogadoras de todo o mundo”. Este acordo provou ser um ponto de viragem para o futebol feminino e países como Espanha, Países Baixos e Suíça já se posicionaram, tomando medidas para uma maior igualdade no futebol.

Apesar de uma pressão para se ver mais igualdade salarial no futebol, a Alemanha recusou-se a introduzir um acordo de igualdade de pagamento. A resposta para não terem cedido foi a de que no último torneio feminino da UEFA, em 2017, as receitas obtidas foram 12,6 milhões de euros. Valor que contrasta com os 1,9 mil milhões de euros que a equipa masculina trouxe à Federação.

O argumento centrado no mercado tem os seus críticos. Estes apontam que o futebol masculino continua a dar mais lucro em todos os países que concordaram em tornar os salários menos discrepantes. “As equipas estão a representar um país”, salienta Lisa Delpy Neirotti, professora associada de gestão desportiva na Universidade George Washington. “Será que o seu país quer ser conhecido como não sendo igual?” A Dinamarca, a Noruega, a Finlândia e o Reino Unido já eliminaram a disparidade salarial entre 2017 e 2020.

As jogadoras alemãs abraçaram publicamente o novo pagamento, mas continuam a reiterar a necessidade de condições para além das salariais, incluindo a de uma maior visibilidade para o futebol feminino. Oliver Bierhoff, diretor da Federação Alemã de Futebol, abriu a porta para novas negociações, mas diz que ainda existe um longo caminho pela frente a ser percorrido. Na semana passada, Thomas Müller, um avançado da equipa nacional masculina, apoiou publicamente a decisão da Federação Alemã de Futebol, dizendo que a paridade salarial faz sentido nos Estados Unidos, onde a equipa feminina chega a mais pessoas do que a masculina, o que não é o caso na Alemanha.

Artigo por Sara Teixeira

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