Por vezes escolher o vinho certo pode transformar completamente uma experiência gastronómica.
Desde o século XVIII, com o Tratado de Methuen, que Portugal é ponto de referência no que toca à produção vinícola. O vinho português é do mais adorado no mundo, desde o doce vinho do Porto ao azedo do branco. Mas tudo se torna mais mágico quando se mistura o melhor da cultura vitivinícola com a cultura gastronómica portuguesa. Contudo nem sempre se sabe qual a melhor maneira de o fazer – são muitos os que desconhecem como emparelhar o seu vinho com o prato, e acabam por perder uma excelente oportunidade de impressionar os seus convidados.
Na New Woman fomos à procura das melhores combinações nacionais:
De acordo com dados da Comissão Europeia, Portugal tem o terceiro maior consumo per capita de marisco do mundo – a razão chega a ser óbvia. Quanto ao consumo de peixe, considerámos não ser preciso recorrer a estudos, português que se preze gosta de um bom peixinho.
Se a estrela do prato for o típico bacalhau, a nota salgada combina perfeitamente com a acidez da casta Encruzado, que apresenta aromas delicados a rosas e violetas, leves notas citrinas, um pouco de resina e notas minerais intensas. Frequentemente o vinho que melhor acompanha é de corpo médio – vinhos tintos como o Encruzado da região do Dão fazem a combinação perfeita com pratos de peixe ou marisco.
Outro exemplo é o arroz de tamboril, que se complementa muito bem com o vinho verde Alvarinho, produzido na região de Monção. As uvas que produzem este vinho são de elevado teor de acidez, proporcionando vinhos com elevado potencial alcoólico, perfumados e delicados, com notas aromáticas díspares de pêssego, limão, maracujá, lichia, casca de laranja, jasmim, flor de laranjeira e erva-cidreira.
Viajando até às terras altas, onde a especialidade é a caça, o ingrediente mais comum na hora da refeição é mesmo a carne vermelha. Para suavizar e combinar os traços mais evidentes de um bom guisado, o tipo de vinho encorpado é o mais adequado. O vinho do Douro complementa bem devido aos seus sabores robustos.
Os enchidos são também uma iguaria bastante comum em Portugal e pedem sempre um bom vinho para acompanhar. A casta aconselhada é a Baga, com fruta de bagas silvestres bem definida, ameixa preta, taninos sólidos e acidez mordaz, com notas de café, erva seca, tabaco e fumo.
Já bastante enraizado na cultura gastronómica portuguesa, o Queijo da Serra acaba sempre por aparecer no fim da refeição, normalmente acompanhado por um pequeno cálice de vinho. Quando emparelhado com um Porto Vintage, traduz-se numa sobremesa única.
Aproximando-se a altura do Natal, era impossível deixar o bolo rei de lado. Os frutos secos presentes requerem um vinho doce, com sabor semelhante, como o Moscatel de Setúbal.
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Artigo por Carolina Bernardo