Apesar da posição do país em relação aos direitos das mulheres, o Qatar vai receber três mulheres árbitras.
Os nomes são Salima Mukasanga, Yoshimi Yamashita e Stephanie Frappart e provavelmente nunca imaginaram poder desbravar terreno pelos grandes campeonatos de futebol masculino – muito menos num país onde a mulher precisa de autorização do marido para comprar um cartão de telemóvel. A verdade é que, na lista dos 36 árbitros selecionados para o Mundial do Qatar, os seus nomes estavam presentes.
“Estamos aqui porque merecemos estar aqui”, ressalvou a ruandesa Mukansanga à Reuters, em Doha. “Não é uma mudança ou porque somos mulheres.” Para as árbitras esta não será a primeira ver a apitar num torneio mundial, tendo já arbitrado no mundial de futebol feminino em 2019. A francesa Frappart, para além do campeonato do mundo, também arbitrou a final da Supertaça da UEFA, em 2019, e em 2020 tornou-se a primeira mulher a arbitrar um jogo da Liga dos Campeões.
Numa entrevista ao The Guardian, Yoshimi Yamashita, de 36 anos, refere que “o facto de as mulheres estarem a arbitrar pela primeira vez num Campeonato do Mundo masculino é um sinal para outras pessoas de que o potencial das mulheres está sempre a crescer”. A árbitra sente que a sua posição enquanto mulher e japonesa surge com uma responsabilidade acrescida mas promete “dar o seu melhor”.
À Reuters, o presidente do Comité de Árbitros da FIFA esclareceu que as árbitras não irão enfrentar “restrições baseadas em motivos culturais ou religiosos em jogos envolvendo nações conservadoras como o Irão, Arábia Saudita ou Qatar”.
*Foto destaque: Japan Football Association*
Artigo por Carolina Bernardo